Uma equipe da polícia civil e militar libertou, na última terça-feira (19), doze pessoas que eram mantidas em situação de escravidão no município de Rurópolis, no sudoeste do Pará.
Segundo o delegado da Silva Vital Filho, responsável pela operação policial, foi encontrada uma criança de 3 anos junto com os trabalhadores rurais, que viviam em área de mata fechada em uma estrada vicinal de difícil acesso da BR-230, na zona rural do município.
As pessoas resgatadas apresentavam estado de desnutrição. "Elas foram encontradas e libertadas das condições subumanas em que viviam numa área de mata nativa fechada e de difícil acesso", detalhou o delegado. Entre os trabalhadores, pessoas de Belém, Cametá, Paragominas, Tucuruí, Baião e de cidades do Maranhão.
De acordo com os policiais, não havia alojamentos, banheiros ou água potável. Os trabalhadores não recebiam o pagamento de salários. Os funcionários trabalhavam em áreas isoladas da floresta, sem transporte e atendimento de saúde em caso de emergência, e precisavam pescar para poder completar a alimentação.
"A alimentação era precária e insuficiente. Os trabalhadores não recebiam salário e tinham jornadas de trabalho excessivas na derrubada da floresta, além de outras situações que caracterizam o crime de redução análoga à de escravidão humana, como a retenção de documentos por parte do recrutador", disse o delegado.
Os trabalhadores estavam se alimentando com pequenos peixes pescados nos igarapés do local. Os responsáveis pelo recrutamento dos trabalhadores não foram encontrados. A polícia instaurou inquérito e começou a ouvir os depoimentos das vítimas. Os relatos são colhidos pelo escrivão Ronivaldo Colares, na Delegacia de Rurópolis.
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