A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta terça-feira (2) desconhecer o coordenador do núcleo LGBT da campanha, Luciano Freitas, que anunciou desligamento da campanha após publicação de uma errata sobre o programa de governo pessebista, que recuou em importantes bandeiras da comunidade gay.
Em sabatina promovida pelo jornal O Estado de S.Paulo, Marina foi questionada sobre a saída de Freitas e pediu ajuda a Maurício Rands, coordenador do programa de governo que estava na plateia. "Luciano Freitas?", perguntou. Rands afirmou que o militante do PSB já estava sendo substituído e a resposta foi incorporada por Marina na sequência.
"Não conheço a militância do PSB como conheço a da Rede. Rands está dizendo que ele já ia ser substituído por outro coordenador", disse a ex-senadora.
A versão oficial adotada pela campanha de Marina é que Freitas vai se dedicar à disputa do partido em Pernambuco e, por isso, já estava se desligando do núcleo que cuida das questões LGBT.
No último sábado (30), a campanha do PSB ao Planalto divulgou uma nota em que assinalava recuos do programa de governo em relação às questões da comunidade gay. Se eleita, Marina não irá mais defender a criminalização da homofobia nem a aprovação da lei que regulamenta o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A candidato do PSB repetiu que a errata foi fruto de um "erro de processo" em que o texto dos movimentos sociais entrou na íntegra no programa, sem mediação da equipe de campanha, e disse ainda que, caso vença as eleições de outubro, "novos ajustes terão que ser feitos" no texto durante o período de transição de governo, em janeiro de 2015.
Marina rebateu as críticas que tem recebido dos adversários, principalmente da presidente Dilma Rousseff, sobre o recuo no programa de governo na questão LGBT e afirmou que "é muito fácil dar opinião sobre o programa dos concorrentes e não apresentar seu próprio".
"Quem ganha sem ao menos dizer claramente o que vai fazer, corre o risco de, quando ganhar, fazer aquilo que a sociedade não quer", disse Marina.
(Folhapress)
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