sábado, 6 de setembro de 2014

Moradores do Una cobram providências

Membros da Frente dos Moradores Prejudicados da Bacia do Una, juntamente com representantes do Comitê Popular Urbano (CPU) e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas se reuniram na tarde de ontem (5), no auditório do Sindicato dos Urbanitários, em Belém, para tratar sobre a situação na qual se encontram atualmente os 20 bairros contemplados com o Projeto de Macrodrenagem da Bacia do Una, na capital.Tamanho da fonte: A- A+
A abertura da discussão entre os movimentos sociais visa chamar a atenção do Poder Público para o não cumprimento de ações conjuntas, nos âmbitos municipal e estadual, que poderiam solucionar o problema dos constantes alagamentos, além de minimizar os prejuízos causados à população. Denominada “Pré-Grito”, a reunião foi uma ação preparatória ao 20º Grito dos Excluídos que ocorrerá amanhã (7), a partir das 8h, com concentração no Largo do Redondo, em Belém.
Os 20 bairros que compõem a Bacia do Una são: Barreiro, Bengui, Cabanagem, Castanheira, Fátima, Mangueirão, Maracangalha, Marambaia, Miramar, Parque Verde, Pedreira, Sacramenta, Souza, Telégrafo, Uma e Val-de-Cães. Os bairros do Marco, Nazaré , São Brás e Umarizal são parcialmente integrantes.
José Alexandre de Jesus Costa, da Frente dos Moradores Prejudicados da Bacia do Una, informou que o movimento foi inciado em 2005, quando os bairros que receberam as obras do projeto começaram a sofrer com os alagamentos. “A frente foi formada em quatro meses depois que o projeto de macrodrenagem da Bacia do Una foi encerrado e em abril caiu uma chuva em Belém. O projeto custou 312 milhões de dólares, financiados pelo Estado do Pará e pelo BID (Banco Interamericano de desenvolvimento)”, disse.
Segundo o movimento, tramita desde o ano de 2008, na 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital o processo de nº 0014371-32.2008.814.0301, relativo à Ação Civil Pública Ambiental ajuizada pela 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Habitação e Urbanismo de Belém, do Ministério Público do Estado do Pará (MPE), na qual são réus a Prefeitura Municipal de Belém (PMB), a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) e o governo do Estado.
A Ação Civil determina a execução conjunta de obras complementares de microdrenagem que ficaram pendentes e a manutenção periódica das obras executadas pelo Projeto da Bacia do Una, agrupadas em três grandes sistemas: viário, macrodrenagem dos 17 canais, seis galerias e duas comportas, e o de saneamento.
Através da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), a PMB informou que “estão em fase de negociação junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) investimentos de R$ 50 milhões para revitalização das obras de Macrodrenagem da Bacia do Una. O objetivo é reduzir riscos de inundações e garantir melhoria do escoamento das águas dos diversos canais que compõe o sistema, além de investimentos urbanos em todas as áreas de influencia. As obras deverão durar dois anos, após a assinatura do contrato”, esclarece.
Já assessoria da Cosanpa respondeu que “vai encaminhar o assunto para a diretoria jurídica e à diretoria de Expansão e Tecnologia para ter uma panorama da situação e levantar a responsabilidade”.
(Diário do Pará)

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